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Florestas de montanha em Angola
As florestas de montanha constituem o habitat mais localizado e ameaçado de Angola, estando restrito a vales escarpados nas montanhas mais altas do país (Huntley & Matos 1994). Juntamente com as florestas sub-tropicais da escarpa central de Angola, as florestas de montanha constituem os habitats mais importantes da Área Endémica de Angola Ocidental, a única EBA (Endemic Bird Area) do país, considerada uma prioridade máxima para conservação das aves a nível mundial (Collar & Stuart 1988; Stattersfield e tal. 1998).
Em Angola, as florestas de montanha ocorrem em poucos fragmentos isolados nas zonas altas das províncias do Huambo, Benguela, Cuanza Sul e Huíla. Pensa-se que a área total destas florestas seja inferior a 200 hectares (Huntley 1974, Dean 2000). Um conjunto único de aves está associado a estas florestas, incluindo quatro espécies endémicas: o Francolim de Swierstra Pternistis swierstrai (Vulnerável), o Tordo-das-furnas Xenocopsychus ansorgei (Quase Ameaçado), o Papa-moscas de Angola Dioptrornis brunneus e o Beija-flor de Ludwig Cinnyris ludovicensis . [Pode encontrar uma explicação das categorias de risco de extinção da Lista Vermelha da IUCN aqui.]
Os melhores exemplos de floresta de montanha em Angola encontram-se dentro dos limites da proposta Reserva Especial do Monte Moco, no Huambo. |
Florestas de montanha no Monte Moco
A partir de levantamentos feitos no terreno e de imagens de satélite do Google Earth sabemos que actualmente existem 30 fragmentos de floresta com uma área superior a meio hectare no Monte Moco.
Não existem dados equivalentes do passado o que impede determinar a velocidade a que a floresta está a desaparecer. Huntley (1974) considerou existirem pelo menos 15 fragmentos com áreas compreendidas entre 1 e 20 hectares, semelhante à estimativa actual de 20 fragmentos com uma área superior a 1 hectare. No entanto, actualmente apenas existem cinco fragmentos com uma área superior a 5 hectares e apenas um fragmento superior a 10 hectares. A área total de floresta em fragmentos superiores a meio hectare é de cerca de 85 hectares.
É importante salientar que todos os fragmentos, limitados a vales encaixados, são muito estreitos o que faz com que tenham uma razão área-margem muito pequena tornando-os mais vulneráveis aos impactos humanos. Todas as florestas inspeccionadas em 2009 apresentavam sinais de perturbações humanas, como o abate de árvores de grande porte e destruição do sub-bosque pelo fogo.
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